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terça-feira, 17 de março de 2009



Sorrir quando a dor te torturar...

Desculpem pela ausência, mas estava ausente no meu próprio eu.

Sou muito engraçada, as pessoas dizem isto. Mas acho que elas pensam que sou assim o tempo inteiro.

Um dia quando estava vestida de palhaço, uma senhora me disse, você é um palhaço maravilhoso, mas, de olhos tristes. Nunca mais esqueci isto. Acho que ela viu de verdade quem realmente sou. Por fora um turbilhão de alegrias e por dentro um mar de tristezas. Não sei o por que de ser assim, mas eu sou assim.

Sempre sorri, quando na verdade, queria chorar. Acho que a vida me fez assim, aprendi com meus pais essa façanha, pois eles sorriram sempre ao longo desta vida, mesmo quando os problemas pesavam demais sobre seus ombros. E hoje, quando penso em meu pai, tenho o olhar cheio de lágrimas, mas lembro dele com alegria. Afinal, o que é ser feliz. Agora mesmo pensei em uma música do Fagner que começa assim: " Quando penso em você, fecho os olhos de saudades..."

Saudades dos três patetas, da minha infância, do meu pai. Por isso estive ausente. Convivendo com a saudade. A saudade tem me acompanhado todos esses dias, as vezes me deixa derrubada no chão, as vezes me faz olhar o horizonte e apenas lembrar, lembrar..., as vezes ela me faz fugir pra um lugar distante, eu vou correndo pra esse lugar, pois sei que meu pai está lá, mas quando retorno dessa viagem, retorno chorando, por te deixado ele lá, nas minhas lembranças. Sei que as lembranças estão em meu interior. Como chegar ao meu interior? Meditando? Será?

Mas estas lembranças são coisas que ocorreram e não se atualizam. Queria saber como ele está hoje, se comeu e ficou com vontade de comer uma manga, se a barba cresceu ou se ele tirou porque está calor, se ele ainda está com aquela dor na perna, se conseguiu encontrar as peças pra Rural dele...

Por que as lembranças são fatos ocorridos e não fatos presentes? Por isso volto das lembranças sempre chorando.

Bem, a Cláudia que todo mundo conhece, é desbocada, falo de sexo até com a avó, brinca de rolar no chão com os sobrinhos, ama os cachorros, prefere comer no quilo ao invés do restaurante granfino, é palhaça, chora quando tem que chorar e agora está chorando constantemente.

Acho que é assim, os três patetas choram, os trapalhões choram, casseta e planeta choram, Tiririca chora , seu Fernando chorou e eu choro por ele.

Até quando? Até o dia em que vier o motivo pelo qual ele sempre me fez sorrir.

O dia em que ele voltar a existir pra eu novamente.